Acidentes e mortes nas rodovias federais geram um custo de mais de R$ 12 bilhões

Julia Panosso com dados da CNT

O índice de acidentes nas rodovias federais brasileiras aumentou 1,6% em 2021 em relação a 2020 – as ocorrências passaram de 63.447 para 64.452 casos.
O mesmo se deu com as mortes, que cresceram 2,0%, passando de 5.287 vidas perdidas na malha federal, em 2020, para 5.391, no ano passado. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional do Transporte e constam no Painel CNT de Consultas Dinâmicas dos Acidentes Rodoviários.
O custo anual estimado dos acidentes ocorridos em rodovias federais no Brasil chegou a R$12,19 bilhões. Esse montante é superior ao valor total efetivamente investido em rodovias em 2021 (R$5,76 bilhões).
Os dados gerais do Painel CNT de Acidentes de 2021 mostram que o tipo mais frequente de causalidade com vítimas é a colisão (60,2%), responsável por 61,3% das mortes relacionadas com acidentes de trânsito nas rodovias federais. A fatalidade acomete, majoritariamente, homens (82,2%) e, predominantemente, acontece de sexta-feira a domingo.
Em relação ao ranking de acidentes na malha rodoviária federal, a BR-101 é a rodovia que contabiliza o maior número de ocorrências com vítimas, 9.257. Em seguida está a BR-116. Porém cabe ressaltar que essas são as rodovias mais extensas do país. Em termos de acidentes proporcionais à extensão das rodovias, as mais críticas são a BR-381 e a BR-465, respectivamente com 2.940 e 100 acidentes.
Para a Associação de Benefícios Central de Apoio ao Transportador Rodoviário, Abtran, os dados sinalizam a necessidade de mais investimento em infraestrutura rodoviária e em educação no trânsito com foco na segurança viária, condicionantes que podem contribuir com a redução efetiva do número e da gravidade dos acidentes na malha rodoviária.
Segundo o Gerente Geral, Janderson Salis de Almeida, a diminuição de acidentes gera benefícios para o transporte, para a economia e para a sociedade e, por isso, o poder público deve investir nessas ações.
“Nós não estamos lidando apenas com números.Os dados representam a perda de algum familiar. É o pai, o filho, o neto, o tio. São vidas que se foram e que não voltam mais. Investir em infraestrutura rodoviária e educação no trânsito é essencial,” frisou Almeida.